O escritor Ferreira de Castro descreve assim no seu livro " A VOLTA AO MUNDO II" (publicado em 1944), a sua passagem pelo Camboja e a sua visita ao reino de ANGKOR, uma das Maravilhas Artisticas do Mundo. A Ele, que eu conheci pessoalmente e que me inspirou nesta mesma viagem, ao mesmo lugar, eu devo-lhe esta homenagem:
"Estamos em TA-PROHM - um dos santuários - das enegrecidas paredes que ainda se mantêm de pé surgem as «APSARAS» - deliciosas figuras femininas em baixo-relevo de seiozitos eretos e de pés, com escravas, volvidos para um só lado......"
Havíam passado cerca de sete décadas e ali estava eu,só com o meu guia cambojano, poucos minutos depois das 5 horas da manhã, sentados numa pedra do Templo. Entre um silêncio sepulcral, os primeiros raios de sol perfuravam as nuvens expessas num céu pintado de negro, uma luz diáfana e purpura iluminava a floresta ainda adormecida e reflectia-se no lago.
Jacques tentava chamar a minha atenção com palavras suaves, contando a tragédia do País e o sofrimento da familia que perdeu, durante as guerras sucessivas.
De repente uma outra voz, na minha lingua materna, segredou-me ao ouvido:
"É chegado o momento de conhecer uma das maravilhas do Mundo"........
...."ao primeiro contacto visual este enorme «ANGKOR VAT» parece, sempre que o Sol não o envolva de refulgências, uma obra de rudes linhas e cheia de arestas, logo porém que se examinem trecho por trecho e se descontem as feridas deixadas pelos séculos, um marvilhoso feito de arte, uma maravilhosa façanha da arquitectura e da escultura estadeia-se deslumbradoramente perante nós....."
"Os arquitectos quemeres começaram por sofrer influências da INDIA, a mãe religiosa e acabaram por superar os próprios monumentos hindus que os havíam inspirado. E, com este santuário, sua esplendorosa gloria, eles influenciaram, por sua vez, a arquitectura dos reinos vizinhos, sobretudo a do Sião"

.."a incomparável sumptuosidade de «Angkor Vat» começa logo na primeira galeria. E tão extensa
esta se mostra que percorrê-la toda é fazer uma longa viagem . uma viagem em que as pernas se fatigam e o espírito se assombra.........."
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..."animais preciosamente estilizados andam perto das «APSARAS», estas ternas figuras femininas que se vêm em quase todos os templos de ANGKOR e ficarão na memória de quem visite Angkor como como a mais delicada e perene graça dos seus monumentos. Mulheres divinas, nascidas da água, segundo velha lenda, as «APSARAS» de ANGKOR VAT ostentam sempre os seios eretos e o tronco nu, como as suas irmãs de outros santuários, mas artisticamente são muito mais perfeitas. Elas bailam, elas tocam, elas compõem a sua toilettle e exibem objectos profanos e sagrados..."
"....Celestes pela lenda, os anónimos artistas deste templo deram-lhes uma surpreendente humanidade e, mais do que os prazeres do céu quemer, elas parecem cantar, com as suas vistosas ancas e seios nus, o mistério da maternidade."
Ferreira de Castro descreve com detalhe cirurgico as maravilhas deste Reino, com uma sensibilidade única, com uma intensa paixão pelo desconhecido e com um verdadeiro amor á arte ele se fascina e consigo leva o leitor a sonhar com as suas viagens, incuntindo-lhes um desmedido desejo de seguirem o seu trilho. E, assim, me encontrei no Camboja. Não me desiludi, tal como o escritor também me apaixonei por este Reino perdido, pela beleza e a perfeição das suas esculturas, pelo mistério que envolve estes templos, pela magia que paira no ar, este é um lugar sagrado digno de ser visitado.
Assim ele descreve o final da visita a ANGKOR:
"As ruínas de ANGKOR são das poucas coisas do Mundo que justificam e ultrapassam a sua própria fama. Á noite tudo se transfigura; o grande templo, as gentis «APSARAS» nele esculpidas e a selva onde vivem os elefantes bravos, tigres e panteras".
"Raparigas cambojanas bailam em frente do ANGKOR VAT ...mil lumaréus, mil tochas queimam as trevas na enorme galeria de ANGKOR VAT. E as cambojanas bailam. Vimo-las primeiro esculpidas nas pilastras dos templos e a única diferença entre as bailarinas de pedra e as de carne é que estas em vez de torso nu trazem um corpete e calções, faixas bamboleantes, de rubras e doiradas escamas. na cabeça luzem um capacete pontiagudo, em forma de torre, metálico todo ele e com pedras incrustadas. Nos ombros vê-se-lhes um principio de asas e, sobre os pés nus, junto dos artelhos,várias argolas".
fotos: Helena Afonso
Ferreira de Castro descreve com detalhe cirurgico as maravilhas deste Reino, com uma sensibilidade única, com uma intensa paixão pelo desconhecido e com um verdadeiro amor á arte ele se fascina e consigo leva o leitor a sonhar com as suas viagens, incuntindo-lhes um desmedido desejo de seguirem o seu trilho. E, assim, me encontrei no Camboja. Não me desiludi, tal como o escritor também me apaixonei por este Reino perdido, pela beleza e a perfeição das suas esculturas, pelo mistério que envolve estes templos, pela magia que paira no ar, este é um lugar sagrado digno de ser visitado.
Assim ele descreve o final da visita a ANGKOR:
"As ruínas de ANGKOR são das poucas coisas do Mundo que justificam e ultrapassam a sua própria fama. Á noite tudo se transfigura; o grande templo, as gentis «APSARAS» nele esculpidas e a selva onde vivem os elefantes bravos, tigres e panteras".
"Raparigas cambojanas bailam em frente do ANGKOR VAT ...mil lumaréus, mil tochas queimam as trevas na enorme galeria de ANGKOR VAT. E as cambojanas bailam. Vimo-las primeiro esculpidas nas pilastras dos templos e a única diferença entre as bailarinas de pedra e as de carne é que estas em vez de torso nu trazem um corpete e calções, faixas bamboleantes, de rubras e doiradas escamas. na cabeça luzem um capacete pontiagudo, em forma de torre, metálico todo ele e com pedras incrustadas. Nos ombros vê-se-lhes um principio de asas e, sobre os pés nus, junto dos artelhos,várias argolas".
".....Os movimentos dos corpos são lentos,duma lentidão de sonho;"
"e, de quando em quando, as pernas formam ângulos e os braços distendem-se hieraticamente...tudo é estranho. As atitudes das bailarinas, as mascaras que entre elas surgem, a selva que em derredor escuta e as moles de pedra do «Angkor Vat» que se erguem atrás e flamejam na noite cambojana......."
"Queremos agarrar-nos a uma visão terrestre mas não é possível"