sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A PREGUIÇA DA AMAZÓNIA

  

PREGUIÇA REAL




Lânguida e sensual   
é a  preguiça real 
indolente            
mexe-se lentamente 
e agarra o ramo,
meia-volta no ar,
deixa-se caír
balança o corpo
como um fardo morto,
atleta de fazer inveja,
toda abandonada,
as garras afiadas,
coça a cabeça,
geme de prazer,
deliciada!.......  

 Usa casaco de peles a preguiça malhada, tem garras longas e afiadas.
 É a acrobata  da selva,
 os ramos são seu trapézio, move-se sem rede, pendura-se pelos pés, 
 cabeça para baixo, 
 fica suspensa, toda ela  é leveza no ar, uma beleza que fascina e diverte. provoca o riso
 a quem a olha.... mas quando "a preguiça"entra na pele,
é moléstia pela certa!


PREGUIÇA CRIANÇA

Pendurada e aninhada,
como no ventre materno,                       
tem um ar envergonhado,
olhos grandes e rasgados
mas não vê nada,
ouve mal,
tem nariz pequeno
e arrebitado
mas olfacto apurado.
Tem força,
agarra o ramo,
parece adulta,
 mas ainda é criança......





       
Fotografia e texto: Helena afonso

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O SOL E A MAJESTOSA SELVA AMAZÓNICA


A SELVA - "Eu devia este livro a essa majestade, soberba e enigmática, que é a SELVA AMAZÓNICA, pelo muito que nela sofri durante os primeiros anos da minha adolescência e  pela coragem que me deu para o resto da vida" - assim fala Ferreira de Castro, escritor português, quando inicia a escrita da sua obra prima - A SELVA - nasceu em 1898 e morreu em 1974, foi o grande precursor do neo-realismo.  A Selva é um dos livros mais traduzidos em todo o mundo. A sua foi a maneira mais violenta e cruel de conhecer aquela que ainda é uma das maravilhas naturais do PLANETA TERRA!

Desde o dia que li aquele livro, o primeiro de toda a  colecção publicada, ainda na minha adolescência, não  deixei de pensar no dia que  iria conhecer aquele lugar, longe da África minha. Levou anos sem fim, mas esse dia chegou e aqui descrevo alguns dos momentos mais emocionantes desta minha viagem. Conheci pessoalmente Ferreira de Castro, pouco tempo antes  de morrer, foi meu passageiro de Lisboa para Paris. Entrou no avião pela porta traseira do CARAVELLE, muito tímido e calado. Não queria  apertar o  cinto de segurança, mas  conversei com ele  e convenci-o que era necessário, disse-lhe como os livros dele me tinham influenciado e incutido a "febre" de viajar, a ponto de escolher essa como a minha profissão. Durante  a minha estadia na AMAZÓNIA foram para  ele todos os meus pensamentos nos melhores momentos.

De manhã fizémos uma longa caminhada pelo trilho da floresta, guiados pelo cabloco, guia local, que nos ía ensinando os nomes das árvores, as espécies de plantas, o seu uso na medicina, os benificios para o corpo humano, a idade das raízes  centenárias, a história de toda a selva em toda a sua pujança......sempre acompanhados pelo cantos dos passáros que nos viam lá de cima do topo das árvores, mas teimavam em se esconder......um ou outro macaco também queria fazer parte do grupo na  caminhada, balançava-se  nas lianas e não queriam  descer.....

                                                                                                                                                                
 Regressámos antes do entardecer e fui a correr para o pontão, o local de melhor visão para o marvilhoso espectáculo que em breve iria acontecer - o por-do-sol
na floresta. Acabava de me acomodar, pronta para captar as melhores imagens. eis senão quando oiço uns passinhos surdos e ligeiros. Eram eles, os danados - macacos de  cheiro - de  nome científico - SAMIRI SCIUREUS - ou JURUPARI - são pequenos, ágeis e elegantes, saltam como acrobatas sem rede, voam nos topos das árvores, gostam de trepar por tudo que é lugar e são exímios no pilhar.
Era um jovem macho,de pêlo curto dourado e rabo comprido enrolado, aproximou-se do meu lugar, olhou, mirou com aqueles olhinhos doces pintados de negro, chegou-se um pouco a medo, sorriu com aquela boquinha de palhaço, pulou-me para o ombro, depois para o regaço cheio de ternura e  depois, zás-trás - o ladrão roubou-me a manga da minha mão...o safado, mais  parecia o fantasma da ópera, de mascara branca, todo pintado, mas mais inocente e janota!
abriu a manga, lambeu a polpa com aquela linguinha vermelhinha, sorveu o suco, arrotou e cuspiu e, depois de barriga cheia fez uma cara feia, esticou-se no corrimão e adormeceu como um menino, o garotão....... 
          







       
Lá no fundo, para além da floresta, já o sol descia e o fenómeno acontecia. O céu mudava de cores, de amarelão açafrão ao alaranjado, do carmim  ao vermelhão pimentão, a  selva parecia que ardia e estremecia, como se um fogo violento a devorasse, sem dó nem piedade e um artista  genial a retratasse num fabuloso quadro surreal, mas era só um divino por-do-sol.


A quebrar o profundo silêncio, aquele  momento de pura reflexão, ouviu-se uma estridente gargalhada, era ela a espalhafatosa arara - a CANIDÉ -muito garnizé, vestida de penas azuis, muito galante, no peito um colar cor de oiro, o olho verde grande e brilhante, o bico curvo e duro,  sentou-se ali a ao pé.
 

Por fim aparece o senhor TUCANO, vaidoso e cheio de pose, olho negro arregalado e pintado,  lenço branco ao pescoço, bico longo e grosso, um pouco desageitado, perdeu o pio, o coitado....................


A plateia estava completa , mas lá em cima havia um lugar, no camarote, naquele tronco de árvore, e lá estava outro tucano, todo negro de bico amarelo, o gaiteiro de poleiro banhava-se inteiro com os ultimos raios de sol.



o crepúculo
Mas já o rei-Sol mergulhava para lá da floresta, num segundo desapareceu, caíu como um cometa no planeta e foi engolido pela majestosa selva. Nascía então o crepúsculo, suas cores exóticas tudo invadiram, o céu deu lugar a um cenário perfeito onde o espectaculo acontecia - era a hora de poesia - verdadeiro momento de magia! O palco ali, era apenas um lago consumido pelas labaredas, onde  o fogo queimava mas não ardia, e no ar  a PAZ E A SERENIDADE transcendiam!


PURA ILUSÃO!

Lá bem no fundo do coração daquele lago mágico de águas limpidas e serenas reinavam os perigos e às dezenas habitavam as piranhas devoradoras, as cobras venenosas e os jacarés de dentes finos e afiados, indiferentes  àquele momento e alheios ao mágico espectáculo. Foram só uns escassos minutos de ilusão, mas profundos e  intensos que se registam para sempre na memória e entram no coração.......

A luz desapareceu, reinava o silêncio no negrume da noite, as árvores essas eram fantasmas, como vultos estranhos deslizavam no ar, as  aves voaram, os macacos  fugiram, o cenário sofria, como uma metamorfose serena mas doentia, eu afastei-me lentamente, guiada pelo lusco-fusco que ainda existia, o manto da noite toda a floresta já cobria.
Mas a SELVA AMAZÓNICA essa permanecia  intacta, SOBERBA, ENIGMÁTICA E MAJESTOSA, tal como Ferreira de Castro a amou!


domingo, 28 de novembro de 2010

" O MISTERIOSO AMAZONAS" - O rio mais longo do mundo -

"Gonçalo Pizarro, governador de Quito, partiu do Equador
em Fevereiro de 1541 com o objectivo de  cruzar os Andes orientais e forjar um caminho para o Atlântico através das misteriosas florestas tropicais. Francisco Orellana, outro conquistador espanhol, ficou sabendo dos planos do governador e decidiu acompanhá-lo. A expedição formada por 280 espanhóis e 4000 índios chegou ao final daquele ano na maior penúria. Perto do Natal Pizarro e cerca de 140 homens famintos foram deixados à beira  dum rio. Francisco de Orellana partiu em busca de ajuda. Com um barco e 57 homens  em diversas canoas  o aventureiro seguiu para leste,  quanto mais se aproximavam do Atlântico mais problemas tinham com a animosidade indígena...apesar disso, em 26 de Agosto de 1542 Orellana concluiu a sua jornada, tornando-se  o primeiro homem branco a descer os rios Amazónicos, partindo dos Andes e chegando ao Ãtlãntico."
" A JANGADA- 800 LÉGUAS PELO AMAZONAS" foi escrito por Julio Verne em 1881. Julio Verne considerava a Amazónia um dos lugares mais agradáveis do mundo, embora nunca tivesse colocado os pés na região, nem em qualquer parte do Brasil - o livro conta a viagem fantástica realizada em 1852 pela família de Joam Garral, um rico fazendeiro brasileiro que morava um pouco acima de Iquitos, no Peru e seguiu até Belém do Pará, sempre pelo Rio Amazonas."

Assim começa o livro "A TRAVESSIA DA AMAZÓNIA" escrito por Airton Ortiz, criador do jornalismo de aventura e explorador, aventureiro e fotógrafo, escritor profissional, com 10 livros publicados, jornalista free-lancer, especialiado em reportagens sobre a natureza selvagem. Neste seu livro Ortiz narra a sua viagem do Pacífico ao Atlântico, pelos rios amazónicos, seguindo as pisadas de Francisco de Orellana, vivendo as aventuras de Julio Verne........

O rio Amazonas corre pelo Norte da América do sul, na maior parte em território do Brasil. é o rio mais longo do mundo! Nasce na cordilheira chila, nos Andes, sul do Peru o que lhe dá uma extensão de 7,100kms. O rio nasce com o nome de APURIMAC, a 5,500m de  altitude
no Departamento de Arequipa, descendo as encostas da montanha até unir-se ao URUBAMBA, já nas florestas tropicais. Ao entrar em território brasileiro é chamado de SOLIMÕES ATÉ 30KMS  a  leste  de MANAUS, onde se junta às águas do rio NEGRO e ambos recuperam o seu nome principal O AMAZONAS. Considerados os principais afluentes e trechos navegáveis para embarcações, a bacia amazónica representa uma rede de 25,000kms  de vias fluviais. além  dos rios e  seus afluentes a hidrografia da região reserva os 2 maiores arquipélagos fluviais do mundo - ANAVILHANAS E MARIUÁ.

Na altura de ÓBIDOS-PARÁ o rio AMAZONAS apresenta a sua maior largura com 1.800 kms, mas também ali se regista a sua maior profundidade com 50 metros. Neste ponto sua vasão é de 200 mil metros cúbicos por segundo.

O rio AMAZONAS é uma das grandes atracções da cidade de MANAUS - é também um dos principais meios económicos e de transporte para os habitantes de toda a região Amazónica.

Nas proximidades  de MANAUS dá-se o fenómeno  

 - ENCONTRO DAS ÁGUAS -

As águas barrentas do rio
SOLIMÕES encontram as águas escuras do rio NEGRO. Dá-se a  únião mas não o acasalamento....
as águas não se misturam! O rio agora chamado de AMAZONAS permanece assim numa extensão de 6 kms, lado a lado correm em direcção ao mar.



O rio NEGRO apresenta um elevado grau de acidez com PH elevado, devido à grande intensidade de ácidos orgânicos, provenientes da decomposição da vegetação, daí a sua coloração escura. ele  corre a cerca de 2 kms/hora e a uma temperatura de 22ºC. Entretanto o rio SOLIMÕES corre de 4 a 6 kms/hora e a uma temperatura de 28ºC. Daí o fenómeno de NÃO se misturarem as águas de ambos os rios, pela  diferença na temperatura e  na velocidade.

Na fotografia aérea é bem visível as águas diferentes dos rios no seu leito comum. todo o encontro místico
que envolve este encontro inspirou os índios DA AMAZÓNIA, os primeiros a darem pelo fenómeno e assim criaram as suas lendas que perduram ainda nas suas tribos. É o caso da lenda da noiva LUA e do noivo SOL, se amaram e nunca se casaram, ela chorou e verteu tantas  lágrimas que formaram o rio NEGRO.

Vista aérea 

ORTIS descreve assim a sua chegada a MANAUS:  "Em 1856 nasceu em torno deste local o povoado de - lugar da barra - mais tarde chamada MANAÓS -NOME DA TRIBO INDÍGENA QUE HABITAVA A REGIÃO - a vila cresceu dando origem à actual cidade que se desenvolveu a partir dos seringais. Naquela época, início do século XX, a riqueza gerada pelo ciclo da BORRACHA deixou a capital MANAUS conhecida como "Paris Brasileira".
Muitas das obras monumentais ainda estão presentes no dia-a-dia da grande cidade, como a Alfandega, O Mercado Municipal Adolfo Lisboa, com a sua arquitectura em "Art-Nouveau", expressa nas armações de ferro, o Palácio rio Negro

e a mais esplendorosa de todas as obras da capital - O TEATRO AMAZONAS - em estilo neo-classico

Quando o sonho da borracha acabou  soterrado pelos seringais das colónias Britânicas e Holandesas no Oriente a região do Amazonas caiu na miséria.

Mas o TEATRO AMAZONAS é o grande testemunho desse breve periodo de esplendor vivido pela cidade de MANAUS. O projecto arquitétonico do teatro é da autoria do gabinete Português de Engenharia e Arquitectura de Lisboa e  data de 1833. No salão nobre com caracteristicas barrocas destaca-se a pintura a óleo "A glorificação das belas artes" na Amazónia, de Domenico Angelis. Sob o tecto abobadado estão afixadas quatro telas pintadas em Paris. Do centro pende um lustre com cristais importado de Veneza. Na sala de espectaculos a pintura do pano de palco faz referencia ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões..


O sonho da borracha acabou, mas hoje o TEATRO AMAZONAS está mais vivo que nunca e ali decorre o Festival de Jazz em Julho, o film Festival em Outubro , concertos, festivais de Opera, etc......

Sentada na proa do barco que nos levava de regresso ao Hotel em Ponta negra, de olhos fixos no horizonte Amazónico, vivendo assim um sonho de muitos anos, esta visita, eu absorvia a tranquilidade e  o silêncio das águas do rio Negro, tentando desvendar alguns dos seus profundos mistérios, quando ouvi um pouco abafados pelos motores de alguns barcos que passavam,  os sons fortes dum sinfonia poderosa.......a 5º Sinfonia de Beethoven - vinham da cidade, olhei para lá do casario da margem e  vislumbrei a grande cúpula dourada do Teatro amazonas que brilhava sob os últimos raios de sol daquele final de tarde. Ali decorria o ensaio para o concerto da noite. Ao chegar ao Hotel Tropical, por mero acaso conheci o maestro João Carlos Martins, era ele o maestro que dirigia o concerto naquela noite.
Trocámos uma pequena conversa sobre Portugal, ele ficou feliz de saber que eramos portugueses, seu pai era português de Braga.

Vim depois a saber, através da pesquisa na internet, a verdadeira identidade do maestro. Um musico singular e famoso com uma verdadeira lição de vida. (Ver video na mensagem anterior)
Actualmente João Carlos é maestro da Filarmónica Bachiana de São Paulo e dedica-se à formação musical de jovens carentes. Numa entrevista dada a Marília Gabriela n GNT disse-"tenho de decorar todas as musicas, nos ultimos anos foram 10.000, pois  não consigo virar as páginas das partituras" e falou no seu próximo projecto " quero trabalhar com musica clássica nas tribos indígenas", Nessa noite o concerto tinha entrada FRANCA para o povo anónimo da AMAZÓNIA.......


O nosso pequeno barco amazonense deslizava  no rio Negro, passámos debaixo da ponte  nova, a mais cara do mundo, o casario colorido brilhava nas margens ao lado de Manaus, pequenos barcos de tarnsporte de mercadorias passavam  velozes e misturavam nas águas negras as esteiras de espuma branca, mais lentos e airosos navegavam os navios de tres andares de transporte de passageiros que embarcavam  nas povoações ao longo do rio.




Assim nos aproximámos do extremo da cidade, a parte nova de MANAUS, onde abundam os arranha-céus e os hoteis de luxo. Desembarcámos no cais do HOTEL TROPICAL, devido à seca enorme deste ano a altura das águas desceu imenso e o rio deixa a nu inúmeras praias fluviais. Temos de caminhar uns metros até subir a alta escadaria que nos conduz ao ponto normal de embarque. Mas na Amazónia tudo pode acontecer, o imprevisto é a ordem do dia!

O desembarque na PONTA NEGRA

UMA LIÇÃO DE VIDA - História de João Carlos Martins

segunda-feira, 17 de maio de 2010

ENCONTROS IMEDIATOS na PRAIA DA PARAÍBA







É na praia que encontramos quem procuramos.
Há gente vinda de todos os lugares,
do Sul, do Norte e do interior,
crianças, jovens, adultos e velhos.
Todos querem gozar o Sol, ver o mar e mergulhar,
brincam na areia molhada,
na praia jogam à bola,
ou só e apenas fazem a caminhada!
Uns trabalham pr!ó bronze,
esfregam-se nos santos óleos,
na pele usam factor onze,
e oculos escuros nos olhos.
Outros apenas fitam o horizonte,
mergulham na solidão, nadam nos pensamentos,
vêm passar as bundinhas ao léu,
sonham por uns momentos,
acenam com o chapéu,
mas, esperam em vão.......




Há ainda os que montam as tendas,
são as famílias caipiras,
vêem de longe, lá do interior,
trazem feijão preto nas panelinhas,
tem carne  sol e  bolinho,  sim sinhô,
usam maillôt, tanguinha é que não,
são caretas e cheias de pudor!




Vêem depois os vendedores,
são fortes e empurram os carrinhos,
palmilham toda a praia e soltam gritinhos:
Olh!Ó coco geladinho!
Água, cervejinha, refrigerante e caipirinha,
freguesa, vai um um copinho??
Não obrigada, não tenho trocadinho.....



Aparecem então os homens do sertão,
de pele escura, enrugada  e curtida,
na cabeça um chapelão
aos ombros tanta roupinha......
Qué canga madame?? Faço preço especial,
venha vê, paga 2 leva tês,
se não leváa não  faz mal!!!



Vem aí o homem da roupa branca,                
com babados, fitinhas e bordados,
são todos de algodão
e veja, Madame, tudo é feito à mão.......


E eis que elas surgem em cena,
são as meninas,  não as de Ipanema,
jovens, belas e esguias,
querem posar para a fotogrfia,
são as meninas de Borborema!!


Liliane tem olhos verdes, verdes como o mar,
Iracema é já mocinha e dá aquele olhar,
viviane é a caçula, só é uma menina,
mas todas já só pensam em  namorar...... 



Papai é da polícia federal,
Mamãe....,gosta de viajar,
e a Sinhôra? Vem di Portugal?
nós, andamos a estudar.



E aquele ali, o altão de calção?
é bonitão, é artista? ou só surfista?
Não,  é flamenguista o paulista.
Careta e vaidoso se pavoneia,
parece um peru, mergulha e fica nu,
sai da agua um pouco envergonhado
mas com ar de malícia,
se aproxima e finalmente
paquera mulher -polícia.
Casada? Não,solteira,
solteiríssima da silva!
Satisfação, eu sou João,
engatatão,  Da Silva!!!

Os papagaios vão voando pelo ar cada vez mais escaldante, as ondas vão rolando pela praia cada vez mais cheia de gente, o dia vai passando, devagar, devagar, ......até a noite chegar!
Assim é um dia na praia  do Nordeste, onde todos se animam e convivem e os paraibanos são gentis, simpáticos e hospitaleiros . Ali é o ponto de encontro, conhecidos, desconhecidos, amigos,  vizinhos e dos que vêm de longe, ali se descobrem os gostos, ali se aprende a desvendar a verdadeira vida quotidiana de um povo, unido, na alegria contagiante, apesar das diferenças, da cor da pele, dos credos, das camadas sociais, do clube de futebol. Para eles, o sol e o calor são a terapia para a fome e a falta de amor, para  o alivio das dores e do sofrimento, ali está  o elixir  da tristeza.  Para quem gosta de fotografar  e retratar, especialmente corpos e rostos  é este o lugar!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

"O PAPA E EU"






"AOS OLHOS DELE"

Não acredito em nada. As minhas crenças
Voaram como voa a pomba mansa,
Pelo azul do ar. E asim fugiram
As minhas doces crenças de criança.

Fiquei então sem fé; e a toda a gente
Eu digo sempre, embora magoada:
Não acredito em Deus e a Virgem Santa
É uma ilusão apenas e mais nada!

Mas avisto os teus olhos, meu amor,
Duma luz suavíssima de dor.....
E grito então ao ver esses dois céus:

Eu creio, sim, eu creio na Virgem Santa
Que criou esse brilho que m!encanta!
Eu creio, sim, creio, eu creio em Deus!


Florbela Espanca ("Mensageira das Violetas)


Eu olhei nos olhos dele!  Eu ouvi as suas doces palavras no meu ouvido, eu estremeci de emoção ao descobrir a magia profunda do seu olhar, eu senti como um estranho arrepio o calor da sua mão na minha.
Vê-lo ali tão perto, sentar-me a seu lado, ouvir o bater do coração e ouvir a sua respiração, foi como uma caricia que nesse momento  marcou profundamente o resto da minha vida de cristã e não só!
Agradeço a Deus ter-me enviado esse mensageiro da fé que iluminou a minha vida, abriu meu coração e ensinou-me a viver com verdadeira devoção!

sábado, 1 de maio de 2010

A PRIMAVERA - FLORES, AMORES E PENSAMENTOS

A ARTE É UM RESUMO DA NATUREZA FEITO PELA IMAGINAÇÃO
                                         
                         - Eça de Queiroz -



- As flores são uma maravilha do mundo natural em que vivemos.
São belas, são fonte de inspiração de poetas e artistas, são a semente do romance e despertam pensamentos, provocam emoções e manifestam sentimentos. Elas são a beleza mais pura da natureza, a obra de arte mais perfeita,  feita pela mão de Deus! -



- A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO -
                     - Albert Einstein -


- O SEGREDO DE UMA VELHICE AGRADÁVEL CONSISTE APENAS NA ASSINATURA DE UM HONROSO PACTO COM A SOLIDÃO - Gabriel Garcia Marquez-



- A BELEZA NÃO ESTÁ NA CARA, A BELEZA É UMA LUZ NO CORAÇÃO -
- Kahlil Gibran -






A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com os versos de rima plástica  - PABLO PICASSO -                          



A POESIA TEM COMUNICAÇÃO SECRETA COM O SOFRIMENTO DO HOMEM
--Pablo Neruda -


- EM TODAS AS LÁGRIMAS HÁ UMA ESPERANÇA - Simone Beauvoir -




A VIDA É SEMPRE A MESMA PARA TODOS: REDE DE ILUSÕES E DESENGANOS. O QUADRO É ÚNICO, A MOLDURA É QUE É DIFERENTE              -  Florbela Espanca  -  
       
                

FOTOS:  Helena Afonso